domingo, 19 de maio de 2013

A BAIXA PORTUENSE REVISTA SOBRE CARRIS!

Capela dos Alfaiates

Outra perspetiva da mesma capela


CAPELA DOS ALFAIATES

* A "CAPELA DOS ALFAIATES" encontra-se localizada na freguesia da Sé, na cidade do Porto.
* Considerada monumento nacional, tem como principal interesse o fato de constituir a marcação, no norte de Portugal, da transição do estilo arquitetónico tardo-gótico para as novas formulações maneiristas de inspiração flamenga.
* São Bom Homem e Nossa Senhora de Agosto foram os padroeiros e protetores da Confraria dos Alfaiates e a imagem da primeira era - início do século XVI - venerada no primeiro andar de uma casa junto à Sé, cujo piso térreo servia de celeiro do cabido.
* No ano de 1954, iniciou-se a construção de uma nova capela frente à fachada principal da Sé do Porto, em edifício cedido pelo bispo Dom Rodrigo Pinheiro (38.º bispo do Porto). Onze anos depois, apenas as paredes haviam sido levantadas, porém com o empenho do prelado, o mestre-pedreiro Manuel Luís contratou com a Irmandade a conclusão do templo.
* Em 1853, a capela teve obras de beneficiação, promovidas pela Associação dos Alfaiates. Veio a ser considerada monumento nacional no ano de 1927; sendo que, em 1935, devido às obras de demolição programadas para a abertura do Terreiro da Sé, foi expropriada pela Câmara Municipal do Porto.
* Assim, no ano de 1953, foi redificada na sua atual implantação, no Largo do Ator Dias, entre as Ruas do Sol e de São Luís. Pela mesma época foram restaurados, pelo pintor Abel de Moura (1911-2003), os painéis da Epístola, que representavam a Anunciação, a Adoração dos Reis Magos, a Visita a Santa Isabel, a Natividade, o Menino Jesus no meio dos Doutores e a Fuga para o Egito. A visitação é diária, apenas no período da tarde.
* A capela de planta retangular, abre para o exterior por um portal ladeado por duas colunas coríntias caneladas assentes em pedestais, sendo o portal rematado por um nicho com decoração flamenga, desenhado pelo já referido Manuel Luís, em que se abriga uma imagem de barro de Nossa Senhora de Agosto.
* No interior do templo, bem iluminado pela grande janela rasgada na fachada, a abóbada elevada sobre o espaço quadrado da nave é de cruzaria tardo-gótica, mostrando já alguns motivos maneiristas.
* Um arco cruzeiro de volta-redonda, assente em pilastras jónicas, separa a nave da capela-mor, sendo que esta é coberta por uma pequena abóbada de canhão, com dois tramos formados por caixotões de granito que arrancam de mísulas clássicas.
* O retábulo da capela mor, também maneirista, divide-se em oito painéis que representam cenas da vida da Virgem e, iconograficamente, respeitam as prescrições do Concílio de Terento, divulgadas em Portugal, principalmente desde 1580, através das constituições Sinodais. Sem certezas absolutas, as pinturas são atribuídas a Francisco Correia e outros, sendo executadas, provavelmente entre 1590 e 1600.
* Ao centro, a imagem calcária de Nossa Senhora de Agosto - mais antiga - mostra influências da imaginária norte-europeia.

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