* "MOGOFORES" foi uma freguesia do concelho da Anadia,cuja área era de 2,13 quilómetros/quadrados e, pelo recenseamento do ano de 2011, possuía 820 habitantes, equivalendo, assim, à densidade populacional de 385 habitantes, por quilómetro quadrados. É atravessada pela Linha do Norte, tendo uma estação onde só param os comboios regionais e alguns (poucos) interregionais. A cidade da Anadia fica a escassos dois quilómetros.
* Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada à freguesia de Arcos, formando uma mega freguesia denominada por "União das Freguesias de Arcos e Mogofores"
* No ano de 1801 já tinha 240 habitantes, tendo constituído, até ao início do século XIX, o couto de Mogofores..
* Talvez o mais insólito é que Mogofores é praticamente uma só rua; a Rua Nossa Senhora Auxiliadora, sendo o restante da área ocupada, em grande maioria, por zona rural interior.
* O rei Dom Sancho II doou, esta povoação a um casal, João Dias e sua mulher. Foi vila e breve concelho no final da Idade Média e foi, também, um curato da apresentação do prior de São Paio de Arcos. Na posse da mitra e do cabido conimbricense - embora com separação - aí se formaram prazos familiares, por aforamento desses senhorios.
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Capela de Santa Luzia. |
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Seminário e escola eclesiástica que se encontra a celebrar os seus cento e cinquenta anos de existência. |
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Mais uma composição "intercidades" treacionada por uma locomotiva elétrica da marca "Siemens" da série "5600", que não faz paragem e usa a velocidade máxima permitida. |
Recebeu foral de Dom Manuel em 12 de novembro de 1514. Como se já afirmou, constituiu até ao início do século XIX, o couto de Mogofores. No ano de 1801 tinha 240 habitantes, nos nossos dias, não chegam aos mil.
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O edifício da estação na parte voltada para o largo público. Atente-se no logótipo da "Refer" que é a proprietária da infraestrutura.
* Mogofores é topónimo de origem árabe. Sobre o mesmo existe uma lenda que não deixa de ser curiosa e nos explica a origem do nome. Como por encanto, todos os anos desaparecia uma pessoa da localidade, e que jamais viria a aparecer. Nesses tempos existia na localidade uma bruxa de seu nome Moga. O povo começou a atribuir-lhe o anual desaparecimento das pessoas e desesperada, gritava: "MOGA FORA! MOGA FORA! O que veio a originar o topónimo MOGOFORES. Se a Moga foi desterrada ou não, a lenda nada nos diz; porém os habitantes fizeram a promessa de ir em peregrinação anual à Senhora do Beco e os desaparecimentos deixaram de se verificar. Ainda hoje o povo se mantém fiel a esse voto.
* Mogofores orgulha-se de Dom JOSÉ XAVIER CERVEIRA E SOUSA, falecido no ano de 1862, que foi sacerdote doutor em teologia e lente da Universidade de Coimbra, tendo sido pároco em algumas regiões da Bairrada, nomeadamente em Aguada de Cima (Águeda), sendo, posteriormente, bispo do Funchal, de Beja e de Viseu. O seu túmulo está nesta localidade na Capela dos Pintos junto ao altar da Senhora da Piedade, na Igreja Paroquial.
* Outra figura ilustre foi o Visconde de Seabra - primeiro visconde deste título - ANTÓNIO LUIZ DE SEABRA, brilhante jurisconsulto, nascido em 02 de dezembro de 1798 a bordo a nau Santa Cruz. Depois de ser par do reino, chegou a Ministro de Estado, juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça, deputado e reitor da Universidade de Coimbra. Simpatizante dos ideais liberais, defendeu-os muitas vezes de armas em riste. Quando se deu a modificação política do ano de 1823 pediu a demissão do cargo que ocupava - juiz de fora em Alfândega da Fé - e retirou-se para a casa paterna em Vila Flor, dedicando-se a trabalhos literários. Em 1825 foi nomeado juiz de fora para Montemor-o-Velho, escrevendo, no ano seguinte, uma ode dedicada à infanta regente Dona Isabel Maria. Aquando do seu decesso na Quinta de Santa Luzia, em 29 de fevereiro de 1895, estava já aposentado como juiz conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça. O título de visconde foi-lhe concedido pelo rei Dom Luiz em 25 de abril de 1865.
* Foram também figuras de relevo desta localidade, o Barão de Mogofores e o Barão do Cuzeiro. O primeiro, MANUEL FERREIRA DE SEABRA MORA E SILVA, primo do anterior, foi o primeiro e único barão deste título. Viu a luz do dia em 17 de novembro de 1786 e faleceu em 21 de outubro de 1872. Foi Juiz do Supremo Tribunal de Justiça e deputado na legislatura de 1840-1841. Escritor e poeta, usava o pseudónimo de Elmano Conimbricense. O título de nobreza foi-lhe concedido 20 de Maio de 1869 pelo mesmo Dom Luiz. FRANCISCO LUIZ FERREIRA TAVARES foi o primeiro barão do Cruzeiro. Nasceu em Albergaria-a-Velha em 19 de fevereiro de 1852 e morreu em Mogofores em 13 de dezembro de 1912. Foi abastado proprietário no concelho da Anadia. O título foi-lhe conferido por Dom Luiz em 28 de outubro de 1875. Foi o bisavô do atual cantautor, José Cid, que aqui reside.
* Ainda desta localidade, foi também o jornalista e político ALBANO COUTINHO, que foi governador civil de Aveiro (cargo já extinto) e um dos principais obreiros e entusiastas da estância termal da Curia. Por último, é também natural desta antiga freguesia TONI, que foi jogador e hoje é treinador de futebol.
* Numa estimativa poder-se-á acrescentar que Mogofores é um simpático ponto turístico que atrai visitantes interessados por leitão (prato típico de toda a zona da Bairrada, onde se encontra inserida). As pessoas que lá habitam todo o ano são, maioritariamente, idosas e agricultores. Na faixa etária infanto-juvenil há uma enorme escassez.
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