quinta-feira, 20 de junho de 2013

CASTELO DE ALMOUROL!

O Castelo visto do interior da composição.

Outra perspetiva ainda antes da chegada à estação

Entre a Estação homónima e o apeadeiro de Tancos

Embarcação com cinquenta  lugares sentados que
faz o transporte dos visitantes entre o Castelo e a
vila de Tancos.
* O "CASTELO DE ALMOUROL", localiza-se na freguesia de Praia do Ribatejo, concelho de Vila Nova da Barquinha, distrito de Santarém; muito embora a sua localização seja, com bastante frequência, atribuída à vila de Tancos, por ser o local de onde melhor se vislumbra.
Erguido num afloramento de granito a dezoito metros acima do nível das águas, numa ilhota de 310 metros de comprimento por 7 de largura, no médio curso do rio Tejo, um pouco abaixo da sua confluência com o rio Zêzere, à época da Reconquista integrava a chamada "Linha do Tejo" - a atual Região de Turismo dos Templários.
* Constitui um dos exemplos mais representativos da arquitetura militar da época, evocando - em simultâneo - os primórdios do reino de Portugal e a Ordem dos Templários; junção esta que lhe reforça a aura de mistério e romantismo. Com a extinção da Ordem do Templo o Castelo passa a integrar o património da Ordem de Cristo, que sucedeu à anterior
* Não existindo unanimidade relativamente à primitiva ocupação humana deste sítio - acreditando-se que remonte de um castro pré-histórico - as pesquisas arqueológicas trouxeram à luz do dia testemunhos do período romano (moedas do século I a. C.) e do período medieval (medalhas).
* Várias histórias exageram o romantismo associado ao castelo templário, assim temos:

a) - Nos primeiros tempos da Reconquista, Dom Ramiro, um cavaleiro cristão, regressava ufano de combates contra os muçulmanos quando encontrou duas mouras, mãe e filha. Trazia a jovem uma bilha de água, que, assustada, deixou cair quando lhe pedia, rudemente, de beber o cavaleiro.Enfurecido, acabou por tirar a vida às duas mulheres, quando surgiu um jovem mouro, filho e irmão das vítimas, logo aprisionado. Dom Ramiro levou o  cativo para o seu castelo, onde vivia com a própria esposa e filha, as quais o jovem mouro logo planeou assassinar em represália. Enquanto que à mãe passou a ministrar um veneno de ação lenta, acabou por se apaixonar pela filha, a quem o pai planeara casar com um cavaleiro da sua fé. Correspondido pela jovem - que havia tomado conhecimento dos planos do progenitor - deixaram o castelo e desapareceram para sempre. Reza a lenda que, nas noites de São João, o casal pode ser visto abraçado no alto da torre de menagem e, a seus pés, implorando perdão, o cruel Dom Ramiro.
b) - Um senhor árabe de Almourol foi atraiçoado pelo cavaleiro cristão por quem a sua filha se apaixonou, e a quem esta revelou os segredos de entrada no castelo. O cavaleiro usou a informação para fazer uma emboscada, tendo o emir e a sua filha  preferido lançarem-se do alto das muralhas ao rio a ficarem em cativeiro.
c) - O heróico cavaleiro Palmeirim foi acometido por uma grande tempestade que forçou o navio em que viajava, da Inglaterra para Constantinopla, a arribar na costa portuguesa, fundeando no rio Douro. Desembarcando na cidade do Porto, o cavaleiro tomou ciência das aventuras de alguns cavaleiros que tinham travado combate com o gigante Almourol, que em seu castelo a meio do rio Tejo custodiava a bela princesa Misaguarda e as suas damas. Em busca de aventuras, o Palmeirim desloca-se para o sul, onde à margem do Tejo avista à distância o Castelo de Almourol. Aproximando-se, vê o fim da luta entre dois cavaleiros numa praça junto do castelo, reconhecendo no vencedor o "Cavaleiro Triste", com o qual já tivera alguns duelos. Em sinal de vitória, este cavaleiro junta o seu escudo ao de outros, que também jó o haviam obtido. Neste escudo encontra-se retratada a sua dama (a bela princesa Misaguarda) por quem o Palmeirim fica enamorado. Travando-se o combate entre o "Cavaleiro Triste"  e o Palmeirim, cai a noite, encerrando a luta sem qualquer vencedor. O "Cavaleiro Triste" é recolhido ao castelo para tratar suas feridas, enquanto Palmeirim vai procurar auxílio numa aldeia próxima. Nem um, nem outro, alcançam o favor da princesa, que aconselha o primeiro a se retirar e desistir de novos combates por um ano, enquanto que Palmeirim retoma o seu caminho para Constantinopla. Após esse feito, o gigante Almourol foi atacado e vencido por outro gigante, Dramusiando,  sob a proteção do qual ficam, doravante, a bela princesa e toda a sua corte.
(Retirado de Morais, Francisco de. Crónica de Palmeirim de Inglaterra, 1567)    

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