quarta-feira, 22 de maio de 2013

MURALHAS FERNANDINAS DO PORTO!

"MURALHAS FERNANDINAS" é o nome pelo qual ficou conhecida a cintura medieval de muralhas do Porto, da qual apenas pequenas partes sobreviveram até aos dias atuais.  
"CERCA NOVA" e "MURALHA GÓTICA" são outras designações que se aplicam às mesmas muralhas mas que, apesar de cientificamente mais corretas, são menos correntes.
Durante o século XIV, o Porto teve uma grandiosíssima expansão urbana para fora do seu núcleo do morro de Pena Ventosa, em torno da Sé, protegido pela Cerca Velha, construida sobre o muro regional romano. Este surto de povoamento foi particularmente notável na margem ribeirinha do Douro, refletindo a crescente importância das atividades comerciais e marítimas.
A cidade sentiu, deste modo, necessidade de um espaço amuralhado mais vasto que o da Cerca Velha. Os primeiros a apresentarem essa reivindicação foram burgueses com casas e negócios extramuros e daí menos protegidos.
Em meados daquele século, ainda no tempo de Dom Afonso IV, começou a ser construída uma nova cintura de muralhas que ficou concluída por volta de 1370. O fato de a obra só ter sido concluída no reinado de Dom Fernando, explica o motivo dela ser correntemente chamada de "Muralha Fernandina".
Passada a sua importância militar, as muralhas começaram a ser progressivamente demolidas a partir da segunda metade do século XVIII para dar lugar a novos arruamentos, praças e edifícios. Grande parte da muralha foi demolida já no final do século XIX . Os troços que subsistiram das chamadas "Muralhas Fernandinas" foram classificados como "monumento nacional" no ano de 1926.
Este muro de traçado geométrico e uma altura de 30 pés - nove metros - de porte altivo e grande robustez, era recortado por ameias salientes, tendo vários cubelos e torres elevadas e também imensas portas e postigos - dezassete, no seu total. Com um perímetro aproximado de 3000 passos (2600 metros),  delimitava uma área de 44,50 hectares.
O seu traçado seguia pela margem ribeirinha do Douro até aos limites de Miragaia, subia pelo Caminho Novo e São João Novo até ao cimo do Morro do Olival, depois tomava a direção leste passando junto às hortas do bispo e do cabido, continuando para o Cimo de Vila, a seguir contornava os morros da Cividade e da Sé por nascente, descendo pela escarpa dos Guindais até à Ribeira, próximo da saída do tabuleiro inferior da atual Ponte Luiz I.
Seguindo o sentido oposto aos dos ponteiros de um relógio e começando pela Porta Nova (ou Nobre) que dava saída para Miragaia, as portas e postigos eram os elencadas infra;

1.  - Porta Nova ou Nobre (de início de Miragaia),
2.  - Postigo dos Banhos;
3.  - Postigo da Lingueta;
4.  - Postigo da Alfândega ou do Terreirinho;
5.  - Postigo do Carvão (o único que ainda hoje existe);
6.  - Porta da Ribeira;
7.  - Postigo do Pelourinho;
8.  - Postigo da Forca;
9.  - Postigo da Madeira;
10. - Postigo da Lada (também chamada da Areia);
11. - Porta do Sol (de início Postigo do Carvalho do Monte ou do Penedo);
12. - Porta do Cimo de Vila;
13. - Porta de Carros (inicialmente foi apenas um postigo);
14. - Porta de Santo Elói (de início Postigo do Vimial);
15. - Porta do Olival;
16. - Porta das Virtudes (de início foi apenas postigo) e,
17. - Postigo de São João Novo (também chamado da Esperança).

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